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Povo Fala sobre Fake News
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Aconteceu comigo

ompartilhar uma notícia da qual não se sabe a origem ou quem a escreveu, para qual veículo ou em que data foi escrita, pode alterar a percepção de quem lê o assunto. Uma das vítimas fatais de Fake News

mais recentes no país foi o menino Marcos Vinícius da Silva, estudante de 14 anos morto na favela da Maré, Rio de Janeiro. Bruna da Silva, mãe do garoto, explicou à reportagem sobre o caso de seu filho, que depois de morto foi vítima do compartilhamento de notícias sem a mínima apuração.

Desta vez, o boato que circulava na internet e em grupos de redes sociais era de que um suposto traficante havia sido atingido pela polícia civil em uma operação denominada "Vingança", que visava combater o tráfico de drogas. Mais tarde, Marcos Vinícius se tornaria vítima da operação. O estudante não era o traficante. Só que ele foi confundido com uma criança de outra comunidade por causa de uma foto que se espalhou fora da favela da Maré.

C

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Se provarem que o meu filho é traficante
então me prendam, porque eu sou a mãe

da facção. Eu sou a voz do meu filho.

 

Bruna da Silva, mãe de Marcos Vinícius

O estudante voltava para casa após o período de aulas com um amigo, quando avistaram o blindado da polícia e tentaram se afastar da operação que acontecia. Assim que o menino se virou, a mãe relata, foi atingido por um tiro de fuzil na lombar que o matou horas depois.

Aconteceu Comigo -
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Bruna da Silva, mãe de Marcos Vinícius

O caso ficou famoso pela pergunta que Marcos Vinícius fez à mãe quando ela o encontrou na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da comunidade, minutos antes de falecer: “Ele não viu que eu estava com roupa de escola, mãe?”.

Hoje, Bruna já provou com o auxílio de advogadas, que a informação que circulava na internet sobre seu filho era falsa.

A reportagem teve acesso à declaração da deputada estadual de São Paulo, Isabella Penna, outra vítima de Fake News. Ela havia sido convidada pelo curso de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP) para um debate que tratava da descriminalização da maconha ao qual não pode comparecer por falta de espaço na agenda.

 

Mesmo assim, a deputada se tornou assunto na internet porque começou a circular a informação que afirmava que Isabella não só havia participado do debate, como também reuniu os estudantes para ensiná-los a preparar um cigarro de maconha.

Algum tempo depois, a deputada se viu novamente no centro de mais um episódio marcado pelas consequências da desinformação. Após ter sido acusada em razão de uma lista divulgada pela revista Veja, que ranqueava os gastos públicos feitos em cada gestão entre os deputados, Isabella respondeu de maneira ríspida a um comentário acusatório realizado na página do PSOL no Facebook: "O dinheiro público está aí para ser gasto com o público, seu babaca". A informação que viralizou foi outra: a deputada teria reagido como quem tivesse ofendido a seus eleitores.

Isa_Final
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Eu recebi uma [mensagem] em especial

que eu nunca vou me esquecer, porque foi

nesse momento que eu perdi a paciência.

Me mandaram a foto de um corpo de uma

mulher com a legenda 'você é a próxima'.

Isabella Penna, deputada estadual de São Paulo

No segundo semestre de 2016, boatos que tratavam sobre o desaparecimento de crianças circulavam e cresciam exponencialmente com o que se pode considerar o início do fenômeno das Fake News. Foi o caso de Anna Laura, de 10 anos, dada como desaparecida mais de uma vez em diversas cidades diferentes de São Paulo. O compartilhamento incessante da notícia falsa que a menina estava desaparecida circulou pelo Facebook com força.

 

Até que seu pai, Diogo Pires, procurou o site boatos.org, pedindo ajuda e dizendo que tudo não tinha passado de um mal entendido. Para o site, Faria esclareceu: "Minha filha foi para a casa de um parente sem avisar a ninguém e demorou 4h30 para chegar lá. Como não se tinha detalhes sobre seu paradeiro, entrei em contato com alguns amigos pedindo que compartilhassem o sumiço da mesma. Assim que a encontrei na Penha, avisei no grupo que ela havia sido encontrada."

 

Procurado pela reportagem, Diogo Pires não quis comentar sobre o caso e disse que o acontecimento causou algo muito grande na família dele ao qual não gostaria de relembrar.

"O meu filho é inocente e eu sou a voz dele. O Estado tem mania de matar e a vítima como criminosa. Eles usam uma farda que é suja de sangue inocente todos os dias." 
 
Bruna da Silva, mãe de Marcos Vinícius
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