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Censura?

evidente e claro que as Fake News são reais e seus impactos na sociedade mais ainda. Os danos causados são visíveis de diversas formas e na maior parte dos casos sua repercussão dura muito mais tempo do que foi

levado para elaborá-las.

 

No entanto, é necessário estarmos atentos ao modo que as notícias falsas estão sendo combatidas e questionarmos: até que ponto o veto a esse tipo de conteúdo ultrapassa o limite de livre manifestação e se torna censura? Em que momento a necessidade de corrigir uma informação falsa se transforma em uma vigília hierárquica? Quais são os órgãos e pessoas que estão “autorizadas” a dizer o que é notícia falsa e o que é verdade? E o mais importante: as agências de checagem são realmente importantes para o combate à desinformação ou sua existência contribui apenas para o comprometimento da credibilidade da imprensa?

É

Censura -
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Gilmar Lopes, analista de sistemas, criador e pesquisador do site E-farsas.com

O próprio universo no qual as redes estão inseridas já parece um mundo particular, onde muito do que é veiculado ali não recebe real credibilidade por parte dos usuários. É como se o ambiente virtual existisse em uma terra sem lei onde utopicamente as grandes decisões do mundo real não fossem afetadas como, por exemplo, o resultado final de uma eleição. No depoimento a seguir, Wharrysson Lacerda comenta a natureza das Fake News.

Wharrysson Lacerda
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Wharrysson Lacerda, jornalista do portal Olhar Digital

A ideia de que os comunicadores modernos tem um desafio incomparável aos seus precedentes não é correta. Como demonstra o historiador americano Robert Darnton, no mundo da comunicação sempre foi necessário lidar com a desinformação, sempre houve tentativa de manipular e deturpar determinada notícia ou informação. Portanto, de acordo com Wharryson Lacerda, a noção de que Fake News é algo recente está, talvez, mais próxima da percepção da realidade do que, necessariamente, de algo que ocorre no cotidiano das pessoas. Ou seja, talvez a principal diferença entre o que acontecia antes e o que acontece agora é que, atualmente, as pessoas possuem mais plataformas para falar sobre esse e todos os outros assuntos.

É igualmente importante levantar o argumento feito pelo Presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAJI), Daniel Bramatti, sobre como as Fake News vêm sendo (literalmente) usadas no contexto em que vivemos. Bramatti argumenta que, na maior parte das vezes que a expressão vem à tona, isso tem a ver com interesses políticos, quase sempre voltados para as campanhas dos candidatos que defendem a ideia de que eles estão sendo vitimados por essas notícias. Os políticos parecem sempre pensar que o real motivo para sua derrota foi a propagação de Fake News, mas em caso de vitória, elas simplesmente não são citadas pelos vencedores.

No vídeo a seguir, o jornalista e blogueiro Luis Nassif vai além e apresenta uma visão crítica ao uso desenfreado do conceito de Fake News. Para Nassif, essa expressão foi ressignificada pelos interesses políticos e econômicos da grande mídia.

NASSIF2
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Luís Nassif

Em que pese o fato de que as mídias sociais tenham tido um papel importante nas últimas eleições presidenciais, não é conclusiva a análise de que as notícias falsas interferem diretamente na escolha dos eleitores em relação aos seus respectivos candidatos. A propósito disso, Ivan Paganotti, jornalista, doutor em comunicação pela USP e parte integrante do projeto Vaza, Falsiane!, questiona a influência definitiva das Fake News.

Parte 2 - Ivan Paganotti
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Ivan Paganotti, Doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo

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